meu ano sabático

Eu, que costumo ser mais na minha do que falante, tive em 2015 meu ano mais solitário e introspectivo. Do mar aos Pampas, 50 dias num convento, muitos dias no atelier: pintura, música e reflexão. Aprendi ensinando. Sem exposição. Na última semana do ano ajudei uma criança de 5 anos a montar um cavalete. Ele fez seu desenho inaugural e narrava os significados. Uma limusine com muitas portas, para caber toda a família. Transformou-se em um ônibus espacial que ia levar todos os familiares para outro planeta: o planeta onde a gente perde o medo. Me tocou porque é ponto crucial de meu período reflexivo. Alguns medos devem ser deixados. Medos infantis. 2015 foi o ano de livrar-me do medo.